Por que esta foto no início do post? Porque lembro bem, quando no final de 2013, eu entrei de férias e a moça veio fazer a unha da minha irmã e eu comprei unhas postiças, é isso mesmo, unhas postiças, pois sempre deixava minha unha rente pelo meu trabalho, e ela é estreitinha, quebrava muito e este mês e janeiro que usei minha unha fortaleceu muito.
Mas por que unha postiça? Estávamos, nós de casa, família assim, filhos, irmãos, pais, nos recuperando de um golpe muito duro que sofremos em 2013: perdemos uma irmã para o câncer em menos de um ano, e neste período ainda o meu cunhado, marido desta minha irmã, que tinha a saúde frágil por um acidente de moto que sofreu, infartou e morreu antes dela, mas durante este período difícil que ela estava passando e quatro meses depois perdemos minha irmã.
O mais difícil ainda de acreditar é, porque de todos nós, ela sempre foi a mais forte, corajosa, não tinha dia que acordasse e tivesse um discurso de: acho que estou gripada, não vou sair, ou ir trabalhar hoje, ela sempre estava de pé, resolvida, fazendo tudo. Então era inacreditável estarmos vivendo isto.
Talvez pelo fato de termos ainda que sair, trabalhar, meu filho estudar nós fomos nos adaptando, assim como minhas irmãs que moram também conosco, coisa que não aconteceu com nossos pais, mas mamãe, por já ter tido um AVC, ( acidente vascular cerebral = derrame), ela também conseguia esquecer, mas meu pai se entregou, adoeceu, emagreceu, se entregou, mesmo com todos nós nos esforçando, dizendo a ele que tínhamos que continuar nossa caminhada, ele se abateu muito. E no fim deste ano de 2013 eu disse: vou colocar unhas postiças, vou dar um "up", quero ser "bem perua", vou mudar pois quero fazer algo diferente, para mudar energias, para acabar aquele clima.
Mas 2014 levou meu pai, meu porto seguro, meu amor, meu amigo, mesmo que tivéssemos tido uma diferença quando resolvi casar com o pai do meu filho, que ele não apoiava, dizia que ele não seria o que eu esperava, ( e não foi mesmo), mesmo tendo magoado ele e ele muitas vezes ter falado ainda sobre isto, ainda era nele a minha força.
Ainda sofro e choro feito criança de saudades dele, este ano passou arrastado, passou pesado, passou com dor no peito que sufoca e não termina com choro nenhum, ele se foi, acabou, não o tenho mais, nunca mais o verei ou irei escutá-lo. Mas choro sem meu filho ver, pois não quero que ele seja infeliz, pelos filhos fazemos tudo, somos rocha, somos muro, redoma de vidro, amor, muito amor.